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Hoje, uma argumentação da Margarida (16 anos) levou-nos até esta troca de ideias.
Se Deus sabe de antemão como iremos proceder num acontecimento futuro, isso provará o determinismo?
Por outro lado, estando pré determinado como iremos proceder num acontecimento futuro, isso apenas pode ter sido determinado por Deus.
Assim, por que razões determinaria Deus, que perante um acontecimento futuro, “A” terá um procedimento correcto, enquanto “B” terá um procedimento incorrecto?
Sendo todos iguais perante Deus, é impossível aceitar que exista uma pré escolha a favorecer uns e a prejudicar outros.
- Não. O determinismo não parece fazer sentido.
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Por outro lado, o livre arbítrio deixa-nos toda a margem de liberdade, e entrega-nos toda a responsabilidade do que fazemos, e do que não fazemos.
Mas sendo assim, sendo nós próprios, e apenas nós, a tudo decidirmos sobre os nosso procedimentos, qual seria o papel que Deus atribuiria a si próprio nesse processo? Mero observador? Permitir-nos o livre arbítrio, para nos premiar ou punir no final?
As nossas consciências já nos fazem isso, mesmo aqui em baixo, no caminho até onde supomos estar esse final.
Onde está a moral da coisa?
- Não. Isto parece muito redutor da magnanimidade atribuída a Deus.
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Como sempre nestas questões, chega-se ao ponto onde não há caminho adiante.
Conclui-se que não se chega ao crer por querer crer.
E isto já é crer em alguma coisa.
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