Saturday, January 31, 2009

O fumo e o fogo

.
Em Inglaterra, até na política existe um mínimo de decoro.
Aqui não.
Sentindo-se culpado, o político nunca abandonará o lugar pelo seu pé. Permanecerá firme, tentando desenrolar novelos de influências a seu favor, e só sairá se o fogo principiar a queimar os olhos do público. Até lá, manter-se-á esperançoso, quanto mais não seja – procurando escapar entre os fumos da Justiça.
Dir-se-á ser mais fácil o inocente bater com a porta, do que o outro. Talvez, mas isso nada prova.
Sentindo-se inocente mas sabendo que morrerá politicamente se sair no meio da tempestade, dificilmente o político ambicioso abandonará o lugar. Ou não fosse da natureza do poder, ter a natureza que tem e valer o que efectivamente vale.
.
Duas coisas são certas:
- A primeira é as novelas esgotarem-se rapidamente quando os fumos não têm origem em fogos reais.
- A segunda é ser necessário muito esforço para enxovalhar o brio a certos conceitos de política. Ou por serem eles muito resistentes, ou por lhes ser escasso o brio e difícil de encontrar.
.

No comments: