Sunday, November 30, 2008

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Oliveiras e Querubins

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Dizem-nos os jornais ter Oliveira e Costa assumido sozinho o assunto BPN. Foi ele – e apenas ele – quem terá imaginado, arquitectado e executado o fantástico case study.
Todos os demais administradores e directores do Banco, por não terem estado envolvidos nem participado em nada, estarão no mais absoluto estado virginal.
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Uma aura límpida, alva e de uma brancura das neves, se assim se poderá dizer, terá em todos os momentos resplandecido a envolver e aconchegar todo o séquito de quase Querubins que naquele tempo, como com os apóstolos no tempo de Jesus, se reuniam à volta do mestre para – também aqui à sombra de uma Oliveira – escutarem palavras de transacção.
E, como naquele tempo, igualmente por serem sábias as palavras e claros os sentidos, aos quase Querubins, em êxtase e com a voz embargada, nunca ocorreu questionar o mestre.
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Depois, levantando-se e dirigindo-se aos fiéis, o mestre pedia-lhes que assinassem as contas, ao que eles aquiesciam com enlevo e sem perguntas, ajoelhando e dizendo todos – louvemos o mestre. Após o que o mestre procedia aos milagres em que do nada fazia dólares, que depois multiplicava em ainda mais euros, e vice-versa.
Terá sido assim por diversas vezes até que os milagres mal pararam em €700 Milhões.
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Nada disto, nem a credulidade nem tão pouco o poder de conversão pode admirar alguém. A única coisa que verdadeiramente admira no mestre, é que a um espírito assim tão forte e tão avassaladoramente conversor de tantos doutores deste tempo, e deste templo, não tenha ocorrido fundar uma igreja em vez de um banco.
Pelo maná que se lê, e sem regulação ou supervisão, não ficaria nada atrás de outras.




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... be sure that your umbrella

is upside down...

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