Friday, April 10, 2009

Cadeiras de fé

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"A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado médico caso a situação se prolongue por mais de uma semana." (via Blasfémias)
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Um caminho inaudito e que será mesmo o mais curto para aperfeiçoar o mundo, passa por S. Bento.
Veja-se como o simples aconchegar das nádegas nas cadeirinhas do hemiciclo é capaz de transmutar em credíveis e fidedignas, pessoas anteriormente tidas por usarem faltar à verdade.
É um notável Milagre. Uma admirável vacina.
Porém, há aqui uma limitação, a saber: A doença pode levar a palavra do Deputado a não fazer fé. Ou seja, a doença pode induzir nas pessoas, mesmo sendo Deputados, o hábito de mentir. Esta declaração faz fé, como o comprova o facto de todos já termos mentido, e todos já termos estado doentes.
Daí, vir agora o regulamento fixar definitivamente que em matéria de fé, é o estado de boa saúde que garante indubitavelmente – a verdade.
Ficamos sossegados.
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É pois de crer que a doença, prolongando-se por mais de uma semana, possa causar insensibilidade nas nádegas, razão pela qual o Deputado ficaria privado da capacidade de absorver através delas, por osmose entre coiros - o soro da verdade.
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